Singral...essa bela localidade...

Esta semana passou e não dei conta…como muitas outras…
Faz precisamente uma semana, hoje, que escrevi pela última vez aqui no meu blog …o tempo voa e nem damos por ele passar! Estou há um mês sozinha em casa com a minha mana, sem os meus pais…parece que foi ontem que eles foram, mas não…voltam já no domingo!!

Logo, depois de sair do trabalho, vou ter com eles à terrinha, aquela bela aldeia chamada Singral, que para quem não conhece nem nunca lá foi (ainda não tiveram essa sorte!), fica em plena Serra da Lousã (e para quem não sabe onde fica a Serra da Lousã…não se preocupem…)

É uma terra pequena onde actualmente vivem duas pessoas (sim duas, perceberam bem!), mas que tem muita gente, especialmente no Verão e nos fins-de-semana grandes.
Fui lá criada…eu e os meus manos passávamos lá sempre os 3 meses de férias da escola com a minha querida avó…era tão giro. Não me lembro de tudo, mas do muito que me recordo da nossa infância…são tudo boas recordações…a comida que a minha avó fazia, as migas; a mistura com alface e batata que eu ainda hoje adoro; a broa, cozida nos fornos de lenha; os bolos de centeio acabadinhos de fazer e depois regados com mel (que a minha mãe de vez em quando ainda faz); as torradas que a minha avó fazia na chapa (parece que estou a sentir o cheiro…aquele sabor que ainda hoje adoro, mas que não é a mesma coisa…); as sopas de leite que comíamos no alpendre; as uvas morangueiras…aquele cheirinho quando passamos debaixo das videiras e o sabor inconfundível; a aguardente…um processo tão giro de assistir; os favos de mel que comemos quando são acabadinhos de tirar; os figos; mas também houve e há outras coisas boas sem ser comida…as tardes passadas a escorregar lá nas encostas atrás das casas; apanhar gafanhotos; enterrar os bichinhos que encontrávamos; as aventuras com o Gustavo, ainda tenho as cicatrizes de andar com ele de bicicleta; a vez em que me espatifei contra uma parede quando ia a estrear o triciclo que os meus pais me deram (dei cabo de mim e do triciclo…que ainda existe, já soldado..eheh); as “expedições” pelos montes de dia e à noite; as vezes que me magoei nas fontes lá da terra…que não foram poucas e tenho as marcas e cicatrizes para comprovar; os gambuzinos…(gambuzinos ao saco!!!; os serões passados a ouvir as histórias dos mais velhos ou em brincadeiras de miúdos; tanta tanta coisa que me veio à cabeça agora…velhos tempos que já não voltam, nem certas pessoas, lugares, brincadeiras, situações, etc… mas que estão e estarão para sempre eternizados na minha memória…lá estou eu a esticar-me…quando começo a escrever acontece sempre isto, quando dou por mim já vou num testamento…

Mas o bom daquilo é que tenho lá uma casinha, modesta mas acolhedora (construída com muito custo e na altura com uma série de problemas), onde a minha família passou, passa e irá continuar a passar férias e bons momentos também…o meu pai ainda faz questão de fazer o vinho, semear batatas, manter o seu quintal, ter o seu mel…manter algumas tradições…e enfim, não pára! Ou seja, eles foram de férias, mas pelo que eu sei ainda não pararam, nem descansaram nada... é sempre assim.

Como eu dizia no início, vou até lá depois do trabalho passar o fim-de-semana da festa e pagar uma promessa feita há algum tempo…espero descansar e matar saudades da família (e da minha kikinhas linda!!!) e da terra.
E por hoje já chega…fiquem bem!
Em princípio até segunda!!
Jinhux